sábado, 22 de agosto de 2009

Lúgubre manhã de sábado

O melhor de dialogar com livros é que eles não se magoam quando discordamos. Pacientemente repetem quantas vezes forem questionados, produzindo uma conversa muitas vezes mais produtiva que argumentações maleáveis ao momento, prontas a defender obstinadamente um ponto de vista sem nem o reconhecer mais, sob tanta retórica tristemente superficial. Livros estão inteiros na discussão e assumem ser malcompreendidos; poucos debatedores convidam mais de si que o orgulho e estão dispostos a lidar com o fato de que linguagem não é expressão idêntica e cristalina de nossas crenças, nem estas são exatamente o que nos conta nossa autoimagem. Não ser compreendido é parte inevitável, às vezes produtiva, de qualquer conversa.

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