quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Despertando com a TV em pleno 31 de dezembro de 2009

"But I would walk 500 miles
And I would walk 500 more
Just to be the man who walked 1000 miles
To fall down at your doooooooooor"

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Brasília sob críticas internacionais

Há pouco tempo, dois blogs que leio traziam comentários sobre Brasília (já que seus autores estiveram por lá). No mesmo dia em que li o material, li sobre a cidade num livro em que buscava uma famosa interpretação do Fausto de Goethe!

Bom, o texto que mencionava Brasília era o prefácio à edição de 1988, e o livro talvez não seja muito proveitoso para nenhum desses blogueiros, mas a coincidência foi tamanha que encontrei mesmo um parágrafo que ia de um ponto a outro dos que mais me chamaram a atenção no que lera em seus blogs. Como agora é possível, e estou com paciência para posts pendentes, aqui vai o trecho que achei mais curioso. Quem sabe algumas ideias até sejam úteis para os descobridores de nossa capital, se decidirem ir atrás do texto depois. O trecho que vou citar vem após algumas críticas bem pesadas e algumas respostas de Orcar Niemeyer e seguidores.

"Num ponto Niemeyer estava certo: quando foi concebida e planejada, nos anos 1950 e início dos anos 1960, Brasília de fato representava as esperanças do povo brasileiro, em particular seu desejo de modernidade. O grande hiato entre essas esperanças e sua realização parece dar razão ao homem subterrâneo: para homens modernos, pode ser uma aventura criativa construir um palácio, e no entanto ter de morar nele pode virar um pesadelo.

"Esse problema é particularmente crucial para um modernismo que impede ou hostiliza a mudança - melhor dizendo, um modernismo que busca uma única grande mudança, e depois não aceita mais nenhuma. Niemeyer e Costa, tal como Le Corbusier, acreditavam que o arquiteto moderno deve usar a tecnologia para concretizar certas formas ideais, clássicas, eternas. Se isso pudesse ser feito na escala de uma cidade inteira, ela seria perfeita e completa; suas fronteiras poderiam se estender, mas ela jamais deveria se desenvolver a partir de dentro. Tal como o Palácio de Cristal imaginado por Dostoievski, a Brasília de Costa e Niemeyer não deixava a seus cidadãos - e aos outros brasileiros - 'nada mais a fazer'."

Marshall Berman - Tudo que é Sólido Desmancha no Ar.

Post extático

Os sacrifícios funcionaram! 16:31 e estou não apenas conectado, mas podendo postar no blog!

Outro sacrifício

Desculpem, esqueci de outro post que não foi para a lixeira da minha preguiça de correr atrás dos dias de conexão perdida.

O calor é psicológico. Ontem foi o dia mais quente do ano para mim. Nâo pela temperatura, mas porque me disseram, na noite anterior, que a previsão era de 37 graus. Sacanagem.

Posts sacrificiais

Obrigado, deuses do Blogger, por me permitirem ter acesso ao meu blog pelas manhãs. Todos os posts de hoje são um sacrifício afirmando que o desenvolvimento da internet e das empresas telefônicas são um fim em si. Peço, assim, que meu acesso seja ampliado para as outras horas do dia, como era nos tempos em que eu queria, mas não tinha tempo para escrever aqui. Ó Grande Conexão, que a solidão e o abandono do consumidor sejam louvadas.

Mensagem do Inconsciente

Minha antiga orientadora me chamando em sonho:

"Oi. Vem cá um pouquinho. Tu tá sempre falando bobagem, né? - pausa - Não, no bom sentido... Tu tá sempre brincando. Melhor!"

Retrospectiva 2010 - olhar o passado para chutar o futuro

Eu entendo que os marketeiros e sensacionalistas tenham, desde 2000 (mesmo que o século tenha começado em 2001), começado a eleger já os "maiores do século XXI" frente a qualquer porcaria que acontecesse. Usaram particularmente a palavra "revolução", que perdeu seu sentido já no séc. XX devido justamente a seu uso abusivo por propagandas e partidos, associada a qualquer coisa, uso prático para invenções tecnológicas (como cada função a mais num celular - não um grupo de funções, cada). Qualquer número alto, fosse de vítimas, de quilômetros degelados ou de grãos de arroz vendidos viravam logo o recorde sob o qual o século XXI inteiro iria viver. Não descontemos, é claro, os TOPs qualquer-coisa, que já se propunham de antemão a declarar a perpetuidade de seus resultados.

Isso tudo eu posso até aceitar. Afinal, pega mal achar imbecil quase toda a produção midiática cotidiana. E eu sou alguém que me importo tanto com minha imagem... É preciso ter critérios pouco exigentes e acreditar que mais pessoas do que se suspeita têm senso crítico por aí.

Mas, francamente, quando os grandes jornais e revistas passam a entrar na onda e a fazer retrospectivas que tratam nossa primeira década como definidora do século XXI (com um vazio "talvez" agregado para não soarem totalmente imbecis) é já exagero. Entendo que os terroristas tenham tido um ano meio manso para o gosto jornalístico, de modo que recuperar a década agora permite mostrar mais vezes as imagens das Torres Gêmeas caindo (algo para o que acredito que tenham cota por ano), mas, se ficar perto de besteiras faz mal, grandes empresas de notícias transformarem o discurso marketeiro em conteúdo jornalístico não é só um problema mercadológico de revistas e jornais, é problema de saúde pública.

Companhia

Um carinha passando pelas minhas costas, falando para um que estava, então, do meu lado: "Eu já vou indo que ali vêm dois."

Os "dois" que vinham eram dois policiais.

Técnico

Estou acostumado com novas gírias para todos os lados, no Centro. Fiquei surpreso, portanto, com um sem-teto gritar, quase do meu lado: "Me dá a maconha!". Ótimo! Curto, direto, eficiente...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Viva o clichê!

Organizamos uma festa no Leopoldina e deixamos que o povo autóctone organizasse a música. Houve pagode, hip-hop, e as alunas, que não quiseram se mexer para isso quando puderam, reclamaram que faltou o funk. Ficou para a próxima. Ah, sim, queimamos um radinho também.

Supernatural TM

Forno Alegre é uma cidade fantástica. Como exemplo disso ao estrangeiro, podemos dizer que a cidade apresenta todos os climas em um dia. Além disso, uns ônibus carregam o inverno dentro de si, enquanto outros levam o verão. Porém, mesmo acostumado com a cidade, nada me preparara para o aconteceria naquele dia, em pleno Mercado Público.

Esperava eu um companheiro de profissão que comprava queijo nas bancas tradicionais do Mercado. Uma mulher de uns 70 anos ou mais pisou perto de uma nota de 50 reais. Um dos comerciantes (imaginem, um comerciante!) chamou a atenção dela e indicou que ela havia deixado cair a nota. A mulher agiu como quem acha isso muito estranho, mas pegou o dinheiro e colocou na carteira. Aparentemente tranquilo com a situação, o vendedor seguiu conversando com seu amigo. Eu havia recém saído de uma reunião administrativo-pedagógica, portanto meus sentidos estavam afinados demais com tudo que há de surreal, de modo que a cena me afetou gravemente. Fiquei preocupado com o axis mundi, o que ainda me permitiu assistir ao final da problemática quando a velha voltou e disse ter contado o dinheiro na bolsa: a nota não era dela. Não apenas eu, mas o vendedor, o amigo e três pessoas ali naquele espaço reagiram com surpresa ao ver o ato honesto do homem ser respondido pelo ato (se possível) ainda mais honesto da mulher.

Juro que essa história tão assustadora é real, e que, apesar de isso ter acontecido há já alguns dias e a cidade de Forno Alegre ter apenas coisa de milhão e meio de habitantes, eu nunca mais encontrei essa mulher...!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Espírito Natalino...

... é ligar a TV e pegar direto Ney Latorraca dizendo "Natal é pra criança, não?"

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Era da Comunicação

Primeiro Natal de meu blog passa... sem conexão com o Blogger. Tudo bem: eu tinha posts a colocar, tinha citações a fazer, mas deixa assim. Querem salvar o Natal de comentários irônicos sobre papais-noéis de rua e suas pérolas, ok!

Ao menos fica a sensação de que certas coisas não mudam, mesmo em festas. Nessa época em que se vão as aulas e ficam os trabalhos, vão-se as festas e ficam os parentes, minha conexão continua a mesma...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Assine aqui, grite, esperneie, faça passeata e acenda velas!

Quando o nosso Estado atual se ergueu por sobre o último, criou-se uma Constituição, solidificação "para a paz" daqueles que venceram. Essa lista de platonismos e proibições garante-nos direitos. Ainda assim, para que esses direitos sejam exercidos, precisamos correr atrás, movendo todas as ferramentas legais, nadando contra a acachapante burocracia. E a resposta que temos dos meios legais, uma vez forçados a nos respeitar, é geralmente a realização de 20% do que exigimos, com certeza nunca além de 50%. Há, é claro, a grande possibilidade de 0% de ação, mas me interessa aqui que, mesmo quando somos respondidos, só chegamos a 100% de nossas intenções (a realização de nossos "direitos") combinando apoio legal e jeitinho, manha, companheirismo, além de um pouco de sorte (mesmo que se movam montanhas num movimento plenamente social, ele só existe para se validar legalmente depois, nem que seja em novo governo - nenhum dos lados se sustenta sozinho). Ou seja, SE o governo e sua máquina nos apóiam, sob PRESSÃO DIRETA, precisamos ainda da FORÇA de amigos, espíritos empáticos e dos dados do universo.

Não é de admirar, considerando-se todos esses mil aspectos do fórceps necessário para algo acontecer, que os filósofos tenham tido a cara de pau de falar num perfumado e erudito "contrato social"?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Abordado pelo Absurdo

Numa parada de ônibus:

- A fila começa lá ou termina aqui?

Respostas consideradas:
- Pra quem vai ou pra quem fica?
- É relativo...
- Não!
- "Who cares? I repel women!"
- Há uma possibilidade de vírgula na tua pergunta. Sabe onde?
- Tem um cargo de confiança esperando pelo Sr. em Brasília.

Propina celeste

Mais de 80 mortes pela nevasca em países ricos exatamente quando Copenhagen não deu certo?! São Pedro tá em conluio com ecologistas...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O fim do mundo seguindo as informações de nossos melhores jornais

O mundo (Paris) sofreu com grave aquecimento. Agora o mundo (NY. Düsseldorf) sofreu com o resfriamento. E se o mundo (Washington, Beijing) não fizer nada a respeito, o mundo (Brasília) ficará vermelho de raiva e populismo.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pelas falas de fim de luta

Mesmo que ele siga sua Busca ainda no Playstation 3 e, suponho, vá continuá-la no Play 4, pergunto-me se tudo de que Ryu precisava esses anos todos não era apenas um bom dicionário...

Futebol eloquente [9]

"...do outro lado há um goleiro com a característica recorrente de pegar pênaltis."

Porto-alegrenses

Não é apenas Porto Alegre que fica vazia no verão. Porto-alegrenses tendem a abandonar a blogsfera também, ao que parece. Agora, se fisicamente os nativos da capital vão visitar parentes no interior, aproveitar a Argentina e curtir as praias de Santa Catarina com familiares e argentinos, para onde os gaúchos virtuais vão?

sábado, 19 de dezembro de 2009

Só pra dar uma medida

"Ai, tu sabe... eu tento não ter preconceito com pedagogas. Mas meu namorado, que é da Filosofia, esses dias, por causa do novo currículo com filosofia, foi chamado por um grupo delas pra dar aula de Lógica..."
Imaginem o resultado!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lições administrativas

Infelizmente algumas coisas só aprendemos pela experiência. O quê, exatamente, varia de pessoa para pessoa, mas cada um tem as suas. Não sei por que eu fui só aprender agora que, para resolver as coisas com alguém que tenha namorada ou esposa, a melhor abordagem é simplesmente falar diretamente com elas. Dizer para um cara desses que ele, ela ou o casal não podem fazer alguma coisa é apenas criar a situação em que a mulher virá pedir satisfação. O outro lado da moeda é que, uma vez que ela está convencida e do teu lado, o "casal" passa a estar do teu lado, a compreender perfeitamente a situação, a te achar uma boa pessoa por ter tomado tal atitude, seja qual for. Não percam tempo: expliquem diretamente às respectivas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Assim que se começa um livro

"No século XVI, nenhum colonizador invadiu qualquer praia com pose e porte de ONG. Nem podia, claro - cada época, cada sina.
Hoje convivemos com o "politicamente correto". Na minha opinião, tentativa perigosa de nos recolonizar.
Não gosto dos "politicamente corretos", também não gosto de ONGs. Não gosto de nada pronto. Quero o prazer e o luxo de poder pensar sozinha. Se é para ser colonizada, que seja como já fomos - ao menos sabíamos quem era quem."

Angela Dutra de Menezes - 2000

O Português que nos Pariu

Quantas formas de te responder, minha cara?

- Eu tinha uma frase... Era com um "e". Depois vírgula... Era um "e" entre vírgulas. Que nem um "portanto"... Ai, sor, faz uma frase aí!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Política (qualquer, mas hoje a climática)

Hmmm Acho melhor não atacarmos causas. Muito complicado, difícil de negociar. De qualquer forma, precisamos mostrar serviço. Precisamos de algo concreto! Que tal um fundo? Claro! Dinheiro na nossa mão. Um fundo sempre é bom. Mas, se as causas são complicadas, melhor atacar consequências! Isso, a gente até vê quando elas acontecem. Todo mundo filma e passa no jornal. Olha lá, uma consequência! Pega! Pega!

O Todo

Fausto.doc

Abra por conta e risco de sua alma.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pátria amada

Para completar, passei por uma bandeira gigantesca em seguida. Para completar, no caso, uma experiência que excitou da forma mais tocante meu instinto de nacionalidade.

Passava eu na frente do Mercado Público, quando notei um grupo de crianças nativo-brasileiras cantando o que só poderia ser uma obra musical autóctone. Não reagi particularmente a essa mendicância mais aceita por seus traços de nacionalismo até notar que o menino com o violão não estava fazendo nota alguma. Um braço batia despreocupa e cadencialmente em todas as cordas enquanto o outro descansava do lado do corpo. O nativo-brasileiro em questão olhava para todos os lados, um pouco para cada lado, no caso, sem prestar atenção nem nos irmãos, nem nos passantes, nem nos pássaros, nem nas árvores. Atitude, é claro, de quem com certeza passeia mentalmente por esta terra que já foi sua e ignora por momentos as devastações do homem branco que se expõem a seus olhos com a crueldade de que apenas centros de capitais são capazes. Seu tupi-guarani também me soava um tanto espanholado, mas atribuí o fato, é evidente, ao destreino e à deseducação de meu próprio ouvido.

Essas observações vieram à mente com grande velocidade, pois em seguida fui tomado de surpresa quando o talento monomanual do garoto displiscente e da ladainha de suas irmãs (o canto) foi cumprimentado pela gorjeta de um passante. O ato foi de tamanho ufanismo que, através da umidade de uma lágrima que vinha aos meus olhos, notei que o Sol brilhou na pátria nesse instante.

Cenas de pré-vestibular

Chega uma aluna para a professora. de Português:

- Ah, sora, eu tenho uma dúvida.
- Hm, qual?
- Me fala sobre os verbos.
___________________

A mesma aluna, para a profa. de química:
- Sora, eu tenho uma dúvida.
- Hm, qual?
- Química orgânica...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Perguntas que não querem calar

Terei tempo para terminar meu trabalho sobre Fausto? Onde estão Mefistófoles e seus contratos quando precisamos deles?

Gotham State... e avante!

O Rio Grande do Sul não tem tanta raiva há 12 anos! Criminalidade? Copenhagen? Grêmio e Inter? Yeda? Nada disso, morcegos portando a doença... aaaaahhhhh. Que notícia decepcionante, não?

Mas, tudo bem, afinal, o RS não tem por que estar triste. Avançamos a passos largos. Não em economia, política, segurança, educação, saúde, trânsito, mas apenas no que diz respeito a Alcemir da Rosa. Sim: o recordista brasileiro de perna-de-pau é gaúcho! E é mesmo referido oficialmente com o potencial título de Reality Show "o maior perna-de-pau".

E, já que estamos distribuindo títulos que nos enchem de orgulho regional, proponho um prêmio para o seguinte trecho da matéria a seu respeito, publicada no Correio do Povo: "O reconhecimento se deu com o homologação pelo Rank-Brasil, única instituição no país que aprova e faz avaliação desse tipo de esporte."

"Única"! Era pra ter mais? Ou trata-se de uma crítica velada à obrigação de fazer a matéria? E como assim "esse tipo de esporte"? Que outros fazem parte da mesma família? Antes que termine o ano, homologuemos (especialmente para o Correio) o "Prêmio Aposto 2009".

De passagem pela renascença

The Passionate Shepherd to His Love

Come live with me and be my love,
And we will all the pleasures prove
That valleys, groves, hills, and fields,
Woods, or steepy mountain yields.

And we will sit upon rocks,
Seeing the shepherds feed their flocks,
By shallow rivers to whose falls
Melodious birds sing madrigals.

And I will make thee beds of roses
And a thousand fragrant poises,
A cap of flowers, and a kirtle
Embroidered all with leaves of myrtle;

A gown made of the finest wool
Which from our pretty lambs we pull;
Fair lined slippers for the cold,
With buckles of the purest gold;

A belt of straw and ivy buds,
With coral clasps and amber studs;
And if these pleasures may thee move,
Come live with me, and be my love.

The shepherds's swains shall dance and sing
For thy delight each May morning:
If these delights thy mind may move,
Then live with me and be my love.



Christopher Marlowe - 1599

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cores mágicas

Mudar a etnia do presidente dos Estados Unidos não trouxe a paz mundial. Mudar a etnia dos universitários brasileiros não melhorou nossa educação. Mas mudar a etnia da princesa da Disney trará grandes melhoras à humanidade, tenhamos certeza!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Natal é Amor

"Operação Papai-Noel da capital terá mil PMs."

Mas, "Acima de tudo, Natal é Cristo", tá?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Leia "Papai Noel, este desconhecido" ou colecione "Correio do Povo: dicas de vida"

Autopromoção é uma coisa, mas o Correio do Povo levou-a a extremo nunca antes visto: colocou-se, como jornal, no fundamento da cultura ocidental.

Promovendo o fato de participarem de uma campanha cujo nome já merecia seu deboche ("Acima de tudo, Natal é Cristo!", numa empresa de notícias), tentam um enrolation natalino dos mais curiosos. Por exemplo, conforme o jornal, o presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas, um dos responsáveis pela campanha, "destacou que a intenção de divulgar o verdadeiro espírito do Natal nasceu há quase 30 anos, quando um artigo de opinião do Correio do Povo expôs o real sentido do Natal, que é festejar o nascimento de Cristo". E quem morreu antes desses 30 anos? Ficou sem a "Boa Nova" o coitado? Não satisfeito, o jornalista realmente expõe que o Natal é um ritual cristão. O mesmo presidente, aliás, nos tranquiliza: "Nada impede que as famílias festejem e troquem presentes. Afinal o presente é um ato digno". Ufa! E eu achando que ia para o inferno por todos esses anos presenteando amigos e familiares!

Para finalizar, não podia faltar a "crítica social": "O presidente da Gelpa [Grupo de empreendedores evangélicos-luteranos] (...) disse que está na hora de a sociedade moderna e materialista 'parar de comemorar o aniversário sem o aniversariante'". Essa ideia foi repetida as mais diversas vezes, no minúsculo texto, de TANTO que o jornalista tinha a dizer sobre o Correio revelando e desvelando o "Verdadeiro Natal!"

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Truísmo

Nada mais gratificante que pilhar um cara da História para sair às ruas em passeata com alunos.

Sinais

Como saber que se fez uma pergunta perigosa? Observando-se se a pessoa questionada começa com "O que acontece é o seguinte..." A pergunta foi perigosa e ficará sem resposta. Mas umas pessoas começam quase todas as suas manifestações assim, não?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Coerência metafísica de mercado

Os metafísicos em geral, e particularmente aqueles que acreditam em dívida histórica ou preconceito por etimologia, vão me apoiar nessa...

"Despótes" era um termo grego que designava o chefe de família, e daquela patriarcal sincera, não a modalidade burguesa. Portanto, quando uma empresa vem com aquele papo que assola a administração (pelo menos a brasileira) dos anos 1990 pra cá sobre "pertencemos todos à Família Empresa Tal" e, depois, age despoticamente com seus empregados, estão, bem mais do que o suspeitam, sendo coerentes. Não hipócritas.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Filosofando Fernanda Young

Neste mundo "sem fronteiras" de estudos culturais, pós-modernismo, pós-colonialismo, liquidez e propagandas surreais de celular, volta e meia surgem extremos que indicam a sobrevivência de nossas tradições culturais mais antigas, como o do dualismo entre corpo e alma. Na hora do vamovê, suas fronteiras podem ser bem claras (por exemplo, a prostituição seria uma realidade ancestral que acharíamos difícil de entender se não diferenciássemos com muita facilidade corpo e personalidade ou "intimidade").

A Playboy da Fernanda Young estampada numa banca teve esse efeito pra mim. Não sei se não teve um análogo para outros caras. Ele partiu de uma sensação de vazio ao olhar para ela como coelhinha da Playboy. Ou ela é "Fernanda Young", e sua nudez é então meio um ato político, meio um ato de arte, ou ela é só uma coelhinha (ainda que de capa), e não se justifica que ela pose nua nessa revista a menos que seja como a "Fernanda Young", ainda que a "Fernanda Young" pousando na Playboy seja esse contrassenso que estou tentando explicitar aqui.

Ela é uma das poucas celebridades que temos erguida sobre seu próprio cérebro. É o que este faz consigo mesmo e com o corpo que ele governa que faz dela a "Fernanda Young", quer as pessoas gostem do resultado ou não. Essa celebridade não é imagética, mesmo que algumas pessoas possam achá-la gostosíssima, linda ou intrigante, por mais que ela seja tatuada e trabalhe muito com o corpo simplesmente por ser atriz. Ela pode, portanto, agir pousando nua, o que subverte a revista, como disse, num ato de arte ou política, mesmo que despretensioso (ou até de simples marketing para seu recente livro, que seja!). Mas a revista não pode subvertê-la numa "celebridade gostosa". Depois de Scheilas, Ninjas, Mulheres Frutas e Porta-Bandeiras (ou tudo isso ao mesmo tempo), a revista é assumidamente sobre celebridades peladas, duplamente sobre imagem, não sobre artigos e piadas como aprendemos a dizer na puberdade, ou seja, não sobre conteúdo. Por favor: a matéria indicada na capa diretamente abaixo do nome da Fernanda fala de 800 casais "no maior swing do mundo" ("e a Playboy esteve lá" - e azar o de vcs ora!).

Enfim, nada poderia ser menos "pós-moderno" e (estranhamente) mais falso do que essa revista exposta nas bancas sem alarde ou propaganda especial alguma, como se fosse igual a todos os números que a precederam. Não é o corpo da Fernanda Young o que mais interessa nela, e isso a tal ponto (para uma mulher saudável e com um corpo tranquilamente comercializável no mercado sexual softcore conhecido como "TV") que chega a soar bizarro em pleno século XXI: é impossível fotografar a Fernanda Young.

A piece of Anthony Hopkins

"Today is the tomorrow I was so worried about yesterday."

Lei de Murphy em Três Momentos

1 - Bolando uma definição: surgem exceções à mente.
2 - Definições já impressas: surgem casos problemáticos para a definição escolhida.
3 - Sala de aula: surge um aluno que pergunta sobre aquele caso que não nos ocorreu em nenhum dos momentos anteriores.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Enfim uma piada de e-mail de que eu gostei!

(Infelizmente gostar e rir não é a mesma coisa. Previsível, sô!)

Yeda vai consultar uma famosa vidente e logo pergunta:
- O que a senhora vê em meu futuro?
A vidente se concentra, respira fundo, e responde:
- Vejo a senhora passando em uma avenida, em carro aberto, e uma multidão o acenando.
Yeda sorri e pergunta:
- Essa multidão está feliz?
- Sim, feliz como nunca!
- E eles estão correndo atrás do carro?
- Sim, por toda a volta do carro. Os batedores estão tendo dificuldades em abrir caminho.
- Eles carregam bandeiras?
- Sim, bandeiras do Brasil, do RS e faixas com palavras de esperança e de um futuro em breve melhor...
- Eles gritam de alegria!??
- Sim, gritam frases de esperança como: 'Agora sim!! Agora vai melhorar!!!'
- E eu? Como estou reagindo?
- Não dá pra ver....
- E por que não!??
- O caixão está lacrado...

Eu e minhas amizades

ou "Liberando o findi"

O bem-intencionado

Eu - Alô.
Amigo - E aí, cara. Tô ligando pra saber se tu não vai mesmo naquela festa cheia de gostosa, hoje?
Eu - Não. Eu abandonei tudo de hoje para passar trabalhando. Não dá mais.
Amigo - Bah, bem que minha mãe me disse: "Sai dessa e vai trabalhar no banco!"
Eu - Hehehe. Pois é, ninguém me avisou...
Amigo - Bom, vou lá.
Eu - Boa sorte. Até.


A otimista

Eu - Oi. Tudo bem?
Amiga - Oi. Tudo combinado hoje?
Eu - Não, eu tô largando tudo hoje porque não posso empurrar mais. Não posso mesmo. Sabe, eu queria muito, mas não dá.
Amiga - Ah. Bom, se tu tá dizendo isso, imagino. rs
Eu - Hehehe. Mas eu vou tentar arrumar tudo pra gente ainda se ver num findi antes do natal.
Amiga - Ah, ok. Eu vou viajar entre o Natal e o Ano Novo, mas, se não der antes, eu vou passar janeiro inteiro aqui.
Eu - Ah, eu também. Vou trabalhar todo o janeiro, toda noite, a noite toda. rs
Amiga - Então vai ter os dias livres!!!
Eu - Nossa! O otimismo chegou aí e ficou, hein?
Amiga - Sabe como é, né, amigô: positividade é tudo!
Eu - Bah, se sei! Otimismo é comigo... rs

Tic Tac

"Pura menta"
ou "pura mentira"?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Aquecimento, Resfriamento ou Algo global

- Bah, eu TÔ com frio.
- É, esfriou, né? Eu não tô morrendo porque já saí assim. Tava frio hoje de manhã.
- Pois hoje foi um típico dia de primavera daqui, né?

Final da primeira semana de dezembro: finalmente um dia "típico"...

Leis Humanas

Existem padrões nas áreas humanas, leis às vezes bem menos "relativas" que as da física. Por exemplo, a tendência de uma pessoa a dizer bobagens vazias ou largar pérolas costuma ser diretamente proporcional ao seu nível de escolaridade ou à sua altura hierárquica.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Como perder uma discussão política quando se estava implicitamente certo em sua revolta

(Receita roubada dos arquivos confidenciais do P-Sol)

  • Crie uma baderna quando as medidas legais para aquilo que você deseja já estão sendo tomadas.
  • Invada um prédio onde nenhum dos parlamentares que você quer criticar ou intimidar esteja presente.
  • Quebre portas de vidro, piche propriedade pública, pisoteie seguranças e quebre quantas mais leis puder no processo dessa invasão inútil.
  • Entregue pedidos de Impeachment patrocinados pelos partidos mais desacreditados moralmente da atualidade (no caso, o PT) e critique a "governabilidade" deles quando não favorecerem seu próprio partido.
  • Afirme-se materialista histórico e faça associações com pastores que acham que insultar a Deus após um ato de corrupção política justifica revolta, implicando que a corrupção em si não seria suficiente para uma reação enérgica.
  • Diga que vai contar com a opinião pública quando o partido contra o qual se luta efetivamente fizer algo errado, mas suje sua imagem ao máximo antes desse momento para que, quando apoio justificado for necessário, ninguém aguente mais ouvir suas velhas palavras de ordem e pense mil vezes antes de agir de fato.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Yeda's Superpowers



A imagem é ainda da visita da Dilma, mas eu consegui só agora para colocar aqui. Várias vezes deixei passar imagens dessas, mas o absurdo ridículo de tanto populismo numa só foto se impõe à minha preguiça de catar imagens jornalísticas específicas.

Eis, portanto, nossa santa governadora, sonhando que cuidar de um Estado alagado seja tão fácil quanto fugir de Impeachment. Infelizmente a maladragem só ajuda num deles.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Citação para maiores (e otimistas)

Charlie: You know what they say, a man's reach must exceed his grasp, but what's a penis for?
Alan: Who says that?
Charlie: Okay, I might be paraphrasing.

Two and a Half Men

São as pequenas coisas da linguagem cotidiana

"Três pessoas foram baleadas e morreram."

Eu sei que não é redundante, já que é possível levar tiro e sobreviver, mas, ainda assim, não soa um tanto dã? Não seria possível trocar pelo menos por "Três pessoas foram baleadas... e o trabalho foi bem feito"?

Instinto de Brasilidade

Uma característica infalível das picuinhas da vida cultural brasileira é que bobagens não deixam de ecoar por, pelo menos, muitos meses, tornando-se sempre nova "cultura do momento", sem a qual não se caminha na rua, pelo menos não entre gente nova. Com a tal guria da microssaia, da UNIBAN, não poderia ser diferente. Ela conseguiu abrir precendente novo para o uso do famoso adjetivo "puta" tanto quanto tornou-se seu sinônimo: qualquer saia agora é metonímia para sua vestimenta no fatídico dia, de modo que uma guria (especialmente se não for esquálida) que mostre mais que o joelho é, potencialmente, uma "Geisy" para qualquer adolescente que esteja de passagem. É interessante quantas voltas nossa cultura dá para caber cada vez mais em um espaço menor do cérebro. Logo atingiremos o ideal da concisão e, para se ser um verdadeiro brasileiro em espírito, bastarão de fato só dois neurônios e uma bolsa-auxílio.