sábado, 7 de maio de 2011

Psicopatia eleita

A Superinteressante (título que merece aspas, mas não é minha questão hoje) segue com sua tediosa mania de bolar capas conforme a tática de "terrorismo ao leitor". A deste mês estampa a manchete: "Psicopatas no Trabalho: Eles querem dinheiro, poder, um cargo alto. Cuidado: pode ter um na mesa ao lado." Explicitam ainda na capa que são 4x mais comuns em qualquer escritório que na rua (o que pressupõe certo elitismo dos psicopatas, mas acho que eles não vão se magoar).

Me chamou a atenção essa ideia de aterrorizar a classe empresária/liberal, particularmente porque o terrorismo poderia ser expandido a toda a população com o subtítulo "Cuidado: pode ter um no palaque ao lado". Falo sério: por que o conceito de psicopatia não é trabalhado quando o assunto é política? Sei por que a Super não faz isso - implicaria realizar um estudo socialmente relevante, que não é o interesse deles -, mas por que NINGUÉM faz isso?

Pensemos rapidamente: políticos vivem de acumular poder, o que ao mesmo tempo implica e depende de influenciar e em geral destruir milhares, talvez milhões de vidas; eles não se prendem a nenhuma ética ou moral nem expressam arrependimento; facilmente culpam as regras ou as investigações por serem punidos, não seus próprios crimes e aceitam tranquilamente os crimes dos colegas desde que estes estejam do seu lado em alguma disputa ou os favoreçam por meio do próprio crime. Que profissão mais reúne psicopatas, então? Curiosamente, freudianos costumam afirmar nossa busca por um líder psicopata, que nos permita (inconscientemente) desviar das travas de nossos próprios superegos. Pelo jeito o Brasil é um dos países mais democráticos do mundo, porque encontramos um número incrível de psicopatas para nos governar.

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