sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Falando em casos mal resolvidos...

E hoje o caso da Yeda foi reaberto. Dessa vez o caminho correto de encaminhamento está sendo feito, o que significa que o dinheiro desviado vai novamente ser procurado, bem como seus responsáveis. O STJ mal anunciou a decisão e o advogado da governadora imediatamente avisou que vai pedir que a mesma seja revista, o que não deve dar em nada além do prosseguimento da eterna postura de ganhar tempo e adiar, as grandes ferramentas políticas desde o início dos tempos.

A Zero Hora não deixou de ironizar a medalha da BM que Yeda recebeu no mesmo dia em que o caso foi reaberto, colocando a foto da cerimônia no meio da matéria que mencionava, inclusive, que a investigação do desvio de dinheiro podia ter virado seu Impeachment. E não é que a "governadora" teve a cara de pau de escrever no twitter "Ao povo que lê jornal: esqueçam das manchetes de capa e olhem a medalha que recebi: Zilda Arns, pelo PPV e seus resultados. (...) Analisem que a foto de ZH é a medalha, e a manchete ré pelo Detran. Prá quê, Zero Hora? Qual Detran? O meu novo Detran público só elogios?" Coitadinha. Faz de conta que não entendeu. "Faz de conta" necessário, pois "não entender" é postura política obrigatória muitas vezes...

2 comentários:

Leo disse...

se defender agora virou cara-de-pau?
ou a máxima jurídica do "todo mundo é inocente até que se prove o contrário" não vale pra Yeda?

Tigre disse...

Não, a cara de pau está em dar o passo atrás e indicar a má-fé da Zero-Hora como se não fosse parte da mensagem. A página era bastante explícita nisso. O "analisem" e o "prá quê", do meu ponto de vista, indicam uma ingenuidade que os políticos em geral afetam, mas simplesmente não podem ter (pra estar onde estão). O que ela "acusa" é óbvio, o pra quê, ela sabe. É esse passo atrás didático que estou criticando. Mas ela que se defenda. Como eu disse, no fim, até esse didatismo "ingênuo" é retórica obrigatória, pelo jeito.

A questão do "todo mundo é inocente até que se prove o contrário" é muito escandaloso no meu post anterior, a meu ver. O Bruno foi massacrado publicamente e, se o legista tiver alguma razão, a culpa não foi dele. Por enquanto, a defesa da Yeda não foi de inocência, mas de que ela "não poderia ter sido indiciada junto dado o cargo público que está exercendo", o que estava em julgamento e agora se decidiu que só a instância estava errada, mas a coisa foi então levada adiante da forma correta. Como eu disse na época, só não vi o advogado dela alegar inocência.