quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Compras e o bom posicionamento corporal

Fui no super quando estava lotado, coisa que nunca mais me acontece, e pude perceber que a falta de prática com tanta gente brigando por velocidade e espaço me custou um pouco. Não estava automaticamente respondendo da melhor forma às situações. Mas o clímax foi quando cheguei no caixa e passei muito para o lado da máquina de passar o cartão. 

O velho que vinha logo atrás de mim chegou tão perto que se apoiou na base para que se preencha cheques. Ele estava praticamente em cima de mim, e se adonar da base motivou que viesse ainda mais. Observando que ele estava posicionado muito bem para olhar minha senha, eu pedi licença, com calma, tanta que ele não me escutou. Falei mais alto, mas não foi suficiente. Repeti uma terceira vez e ele bruscamente me respondeu "Tô fazendo alguma coisa pra ti?" A voz irritada. Quando disse isso, colocou os olhos perfeitamente na máquina. Eu pedi então que virasse o olhar, me deixando digitar a senha. Sua resposta: "Vai à puta que te pariu!" (não tenho certeza se ele o disse com crase...).

Sendo um cara de pelo menos 70 anos e, pela roupa, sem uma conta como a de Michel Temer, era óbvio que o ranzinza não tinha nenhuma Marcela para aplacar os sofrimentos da idade, portanto não me dignei a grandes grosserias nem a bate-bocas. Menos ainda: quem sabe não haja mulher alguma entre ele e sua cama? Triste. 

De qualquer forma, o que me marcou foi meu próprio erro: uma simples colocação melhor, uma questão de marcar território com o corpo mais espalhado, e a situação seria evitada. Que erro de amador... Mas, "há malas que vêm de trem": a situação me lembrou uma época mais simples de minha vida em que SBT reprisava todo ano "A pipa do vovô não sobe mais...", e o velho me valeu algum post neste dia bastante vazio de situações estranhas ou frases bizarras.

2 comentários:

Clark disse...

Não existem mais, em português, formas polidas de se pedir a alguém para se afastar. Qualquer forma que usemos é tomada como ofensa pessoal. Já reparou que, na maioria das vezes em que alguém diz “com licença” para um estranho, fala em tom algo e com irritação, por achar que a pessoa já devia ter saído por conta própria?

Ou isso só ocorre na minha experiência individual?

Tigre disse...

Bom, minha experiência é praticamente a mesma. Eu conheço exceções, vejo às vezes pessoas serem educadas em palavras E tom, mas são muito raras. Não existem palavras que garantam respeito recíproco. Está tudo dependendo do tom. Se a outra pessoa entende mal ou ignora o tom escolhido, argumentar "mas eu disse tal e tal" não tem efeito.