domingo, 11 de dezembro de 2011

O caminho mais distante até o interessado

É engraçado como algumas palavras enganam as pessoas. Depois de ser cunhada como "nome" de algo (por exemplo, uma "arma"), a palavra parece que passa a perna em todo o mundo, indicando que seu sentido usual indica também o único "uso" que tal objeto pode ter. Uma "arma" serve para ferir, mas isso não quer dizer que ela não possa servir de peso de papel, digamos. No entanto a associação quase não é feita, como se o substantivo comum escolhido determinasse de forma absoluta a finalidade.

É como a palavra "comunicação" e a palavra "meio". Ainda que esta seja entendida pela maioria da população como "ferramenta", e aquela, mais ou menos,  como "ato de enviar uma mensagem", não quer dizer que qualquer pessoa afim de mandar uma mensagem para alguém devesse escolher, preferencialmente, os "meios de comunicação". A menos que queira falar com o maior número de pessoas possível e tenha boa quantidade de dinheiro para financiar tal mensagem muitas vezes na programação. 

Agora, quando a companhia elétrica quer tirar a energia da minha casa por horas para uma manutenção que diz respeito apenas aos moradores de poucas quadras, "utilizar os meios de comunicação" é uma forma muito menos prática e eficiente de nos deixar informados a respeito do que outra forma, de nome imprevisto, mas de finalidade mais precisa: o correio! Caso contrário, eu (e quem sabe quantos mais), que passei trabalhando o que pude e não fiquei vendo TV ou ouvindo rádio, sou pego absolutamente de surpresa e perco todo um turno que poderia ser muito produtivo. Pior ainda, ao reclamar por não ter sido avisado, preciso ouvir a resposta idiota:

- Nós noticiamos pelos meios de comunicação.

Só faltou comunicar!

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