segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rio +20 e a política

Uma mulher no poder? Lá de onde eu venho não tem disso não...

Faltam dois dias para recebermos mais uma vez Ahmadinejad no Brasil! Ele vem por causa do Rio +20. Obviamente seu objetivo é "estreitar relações" com Brasil, um dos grandes países a aceitar seus crimes de Estado e o terrível sistema político do Irã. 

É um desafio para mim entender o que a proposta de um "mundo sustentável" tem a ver com perdoar um Estado teocrático daqueles. Mas, na verdade, nem entendi ainda como um país democrático (especialmente se o país se anuncia internacionalmente como democrático) recebe ditadores e assemelhados. Os governantes do mundo, porém, não apenas lidam bem com a situação como a repetem inúmeras vezes, com toda a tranquilidade. Os governos da América do Sul, então, são especialistas nisso (o Brasil tem até uma Associação de Amizade Irã-Brasil!!!). E o discursinho de um mundo diferente, possível somente longe dos EUA, sempre marca presença nas contorções retóricas que permitem esse tipo de amizade. Além do mais, com o que a Dilma já arregou para militares aqui, o que seria cumprimentar e conversar animadamente com a misoginia encarnada, né?

Por outro lado, contorções retóricas as temos para o principal problema: o programa nuclear iraniano. Até que se prove cabalmente que ele é mesmo militar, o Irã pode ser desculpado, por alguns, como inocente. Por isso, Ahmadinejad e seus companheiros não permitem de jeito nenhum que os países interessados analisem direito o que rola por lá. Nada suspeito, né?

O Mensalão também, se não for julgado, segue sendo uma acusação vazia. Para alguns... Curiosamente, para os mesmos que aceitam o segredinho de Ahmadinejad com seu urânio. Assim, nosso governo toma a mesma tática: atrapalha e atrasa a investigação a fim de impossibilitar a acusação cabal. 

Aqui, a acusação prescreve, e seguimos com a currupção impune. Lá, a acusação sem provas só tem prazo de validade até o mundo ir pelos ares.

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