Quando o ser humano adquiriu consciência de si, já sabia que chovia. Observando a chuva, acostumou-se a se esconder ou a se proteger dela. As precipitações tornaram-se fenômenos banais e cotidianos, salvo em regiões quase inóspitas nas quais, é claro, a humanidade insistiu em se instalar também, por teimosia ou por se sentir forçada.
Com o tempo, a humanidade desenvolveu seu trabalho e conquistou a técnica de estender sua vontade para além das capacidades do próprio corpo. Mas construiu casas que não previam a chuva. Estradas que não previam a chuva. Cidades, armas, carros, conexões via satélite... A humanidade chegou mesmo a gastar bilhões e bilhões de suas moedas mais fortes na luta por conquistar o clima, mas nunca desenvolveu a capacidade de prever o fenômeno da natureza com que tanto convivera.
Num belo e sangrento dia, a Nova Sião aterrissou na antiga Canaã, sobre o Anticristo e seu templo, sobre as armas israelitas, sobre os acadêmicos americanos e sobre os palestinos desalojados. E ainda lá se escutava o ser humano perplexo, surpreso, despreparado e ansioso sobre o futuro próximo ao exclamar "Putz! Lá vem chuva!"
2 comentários:
tá, mas vamos combinar que a chuva de hoje foi um pouco mais que só chuva, né?
hehehe. Não. Mas não foi a primeira "não só chuva". E dar morte pelo temporal que teve (em 2009 d.C.)é resultado de planejamento-moleque, não?
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