Não sou particularmente fã de Derrida. Na verdade, pra mim sua filosofia se resume a uma aplicação do conceito de projeção aliada a Foucault (para denunciar a estrutura sem centro) e à moral de um soneto de Gregório de Matos Guerra (que resumo para a filosofia se esses sábios lessem português). Menos fã sou, porém, da raça humana, então fica aqui uma boa sofismada dele a respeito. Saboreiem o efeito retórico num clima de domingo, por favor.
"Não se poderia falar, não se o faz jamais em todo caso, da besteira ou da bestialidade do animal. Isto seria uma projeção antropomórfica do que permanece reservado ao homem, como a única segurança, finalmente, e o único risco, de um "próprio do homem". Pode-se perguntar por que o último baluarte de um próprio do homem, se existe um, a propriedade que em nenhum caso seria atribuída ao animal ou ao deus, nomear-se-ia assim a besteira ou a bestialidade".
O Animal que logo Sou (A Seguir) - 1997, p. 77.
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