O Correio continua o mesmo. Bom saber. Sempre dedicado ao jornalismo-moleque, sua linguagem simples, direta, porém agradável, não deixa de brincar com nossa entediada mente. Hoje por exemplo eles pensaram em fazer analogias temáticas, associar momento histórico e informação do dia. Assim, sua agradável manchete é a animadora "Feriadão começa com mortes no RS". Nada como acordar e ver uma frase dessas estampada bem ao lado do café da manhã, hein? E, para quem não linka (desculpas a quem o neologismo desagrada) a manchete à atualidade imediata, o próprio Correio indica na primeira frase: "O feriadão de Finados começou com violência e oito mortes nas estradas gaúchas."
Porém, nem tudo são dores! A última frase da matéria de capa é "O vento fraco ajudou a transformar o sábado em um dia ideal para aproveitar o beira-mar". Hmmm. Entre as mortes e o clima bucólico, o que aconteceu nessa notícia? Bom, é simples, na verdade. A manchete joga o leitor para o fundo do poço, mas lentamente o jornalismo nos levanta, mostra as coisas belas da vida, uma didática inspirada em Galvão Bueno obviamente, buscando sempre levantar o ingênuo leitor (ou espectador, no caso dele) das agruras para uma manhã mais bela, abobalhado e embalado nos braços de suas palavras.
Sim, que fazer sem o Correio, que nos informa com precisão e presteza? Mais abaixo, nessa capa tão dedicada, o seguinte texto está como legenda de foto: "Feira do Livro de Porto Alegre está repleta de opções para quem estiver na Capital". Ok. Então quem está na cidade pode ir na feira da cidade, e quem não estiver não?
Quero crer que é redundância, não bairrismo, não a ênfase como a de uma torcida gritando "Aha, Uhu! A Feira do Livro é nossa!" E por que quero crer nisso? Porque a contracapa sim é que é bairrista: "Gurizada em Santo André". A manchete é feita de pressupostos e implícitos soltos no ar, mas chega a ter sotaque, tchê!
Aaahhhhhh, os pampas...
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