Chega a pegar mal alguém dizer que antigamente as coisas eram diferentes, que nosso mundo hoje é uma vergonha, que no passado não acontecia isso ou aquilo. São bem espalhadas as causas sociais e psicológicas para todo mundo achar que o passado era melhor que o presente. Raras vezes isso é verdade.
Mas, boa notícia para o positivismo e o realismo gaúchos, o Rio Grande do Sul pode dizer tudo isso com firmeza e certeza, sem escorregar num romantismo barato. Sim, documentadamente a economia do RS vai de mal a pior há algumas décadas. E isso em relação à nossa história ou em comparação com os outros Estados (também diacronicamente). Não somos mais primeiros nisso ou naquilo e não somos mais como antigamente. Não chega a ser boa notícia para o resto do Brasil, no entanto, já que nós estamos piores: não é que os outros tenham necessariamente melhorado. Aliás, a boa imagem (interna) do RS, para variar, serviu em geral para tapar o sol com a peneira, assim como o discurso de todos os políticos (do mundo) que afirmam tudo que fazem e fizeram, como seu governo trouxe melhorias, como estamos caminhando para a frente! E o belo papel de parede gaúcho de "alfabetização" e "consciência política" vai servindo para tapar as rachaduras até que a parede caia toda de uma vez só.
Nossa última peripécia econômica foi perder o domínio do mercado de calçados da Argentina para a China. Digo que nós perdemos (não que a China conquistou) para nos enfatizar como actantes. Seu novo acordo com a Argentina não foi uma grande tirada: eles aproveitaram uma brecha que nasceu graças ao... Mercosul!!! Essa dita aliança (aquela relação em que as partes se dão apoio, lembram?) impõe um teto na nossa exportação de calçados. O teto está abaixo do que a Argentina precisa importar e MUITO abaixo do que podemos exportar. Logo: mercado aberto! Portanto um acordo econômico que deveria fortalecer nossos mercados entrega de mão beijada os consumidores argentinos para a China!
Não sei se o problema do teto saiu de nossas negociações diretas com a Argentina ou se foi algo entre o governo central e eles, mas a incompetência redunda aqui. Ou nossos "representantes" não sabem negociar com argentinos, ou com brasilienses. Como já indica o nome, parece que a tradição dos Farrapos não compreende muito a lógica da Economia.
2 comentários:
Só na AL para comunidades econômicas, que têm como objetivo liberar o comércio entre países, estabelecerem limites MÁXIMOS de comercialização!!!
Isso não é área de livre comércio! É área de livre protecionismo tão ao gosto de... quem, quem, quem?!?! Dos progressistas! (me sinto tão monotemático...)
Agora adivinha qual foi o país argentino bateu várias vezes no Brasil, querendo impor mais e mais barreias aos nossos produtos e quem foi o presidente petista que disse "sim, senhor; me desculpe" a todas as pancadas dadas pelos argentinos!
Dou cinco chances! rs
jajajajajaja (risa en español)
Bom, essa história reúne dois dos planos de governo mais "complexos" da história: o capitalismo chinês e o liberalismo brasileiro.
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