Eis que a biblioteca furtável chega ao Brasil. Com o ambíguo nome de Kindle, a "nova" tecnologia está na capa de Época, segurada por ninguém menos que o mago brasileiro do marketing, Paulo Coelho! A machete-propaganda da vez é "O último livro que você vai comprar". Bom, com certeza apenas o primeiro virtual, porque updates e assaltos formam o motor do consumismo. Enfim roubar biblioteca virou negócio rentável!
Mas, como é pouco suíço da minha parte falar mal do meu país e de sua violenta realidade, vou apenas mencionar a tática de colocar o kindle nas mãos de Paulo Coelho. Não é boa a escolha? Tanto o cara já liberou seu material para ser controlado pelas editoras no meio virtual quanto é o sujeito mais lido por quem quase não lê. Quem lê muito vai acabar comprando esse troço. E quem não lê vai acabar só ouvindo falar dele no Fantástico. O público do meio não teria muito por que comprá-lo, mas tanto é um grupo significativo quanto consome bastante Paulo Coelho (permitam-me a generalização pouco politicamente correta - sim, também entre acadêmicos das humanas existem leitores de Paulo Coelho... felizmente não preciso me explicar a respeito da falta de leitores dele entre os analfabetos).
O feiticeiro das vendas é, portanto, o garoto propaganda ideal para acertar no público brasileiro que tanto pode quanto não precisava comprar um kindle. Fora os elementos Big Brother da tecnologia e todas as paranoias (nem sempre fantásticas) que isso ainda vai provocar nos intelectuais a respeito desses "compradores médios". Combo perfeito.
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