Se dia sim, dia não, há um ferimento grave o suficiente em escolas de Porto Alegre para ser computado por hospitais ou polícia, se tantos professores abandonam as escolas ou apelam a remédios de tarja preta, se o tráfico é ativo a ponto de se perceber claramente a ação de gangues juvenis que curtem denotar sua influência carioca ao se chamarem de "bondes", se uma vez por mês se flagra uma arma em escola, se uma vez por semana um aluno ou professor escuta abuso verbal forte o suficiente para prestar queixa, se a polícia é tantas vezes chamada para impor a autoridade que a escola perdeu - ao mesmo tempo resolvendo um caso e reforçando que, não fosse o policial presente, os professores e demais profissionais diretamente envolvidos não têm autoridade mesmo -, se todos veem claramente que o ponto nevrálgico para se dar alguma resposta a todas essas crises é uma autoridade perdida, que não é suficientemente suprida por uma abordagem legal-moderna-amiga, então o discursinho contra o professor, a formação do professor, a vontade do professor e a missão de professor é sofisma. E o professor pode ser ruim, mal-formado, sem vontade e sem vocação que o discursinho ainda vai estar errado, porque o problema central ainda não é ele. Mas o discursinho contra o professor é eterno, porque não culpá-lo é o mesmo que procurar um responsável efetivo, e isso não se faz por estas bandas brasileiras. E o discursinho segue, mesmo que notícias que desenvolvam todos esses problemas citem ainda uma professora indicando justamente o quanto o discursinho é como todo papinho tão sério quanto desinformado: pra baixo todos eles ajudam.
"Se a escola ia mal no Enem, a culpa era do professor, se um aluno rodava, a culpa era do professor. Surtei." - a professora em questão desfez o casamento em stress e não foi mais capaz de produzir leite para amamentar o filho devido ao desequilíbrio emocional.
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