O livre-comércio é geralmente entedido por estas bandas como o direito divino de se meter os pés pelas mãos em quaisquer áreas do setor terceário. Não é preciso que se ofereça serviço de qualidade numa área para que se expanda seus serviços a outra. Mantendo, portanto, nossa cor local do liberalismo, a Oi não apenas entrou na área de TV por assinatura como expandiu seu próprio mercado nessa categoria.
Agora a OiTV chega ao RS. E chega em grande estilo, por exemplo pela matéria do Correio do Povo de hoje, que começa da seguinte forma: "O conceito de liberdade de escolha é o condutor da campanha de lançamento da OiTV no RS (...). Soma-se a esse critério uma promoção especial..."
Nota-se que os valores vêm antes do lucro para tão bem intencionada empresa. Na verdade, ela é tão ligada à Ideia que não oferecerá seus serviços (telefonia, Internet...) em conjunto; não, a Oi vai "estabelecer o conceito de convergência". Bonito hein?
Agora, a notícia é dada de forma tão destacada (matérias do mesmo tamanho nessa edição do jornal: notícia sobre a greve dos bancos, mais informações sobre as relações do Lula na Suíça), e o discursinho da notícia é tão infame que cheguei a me questionar se eles não foram além de simplesmente pagar pela notícia-marketing. Será que a Oi não tem alguma ligação mais profunda com a Record, espalhafatosa dona do Correio do Povo? Será que a Oi, que nem sabe o que fazer ainda com os clientes da Telecom (a qual compraram há tão pouco), também comprou a Record? Ou esta comprou aquela? O mundo das grandes empresas é tão agitado e incerto... A única segurança, é claro, é que quem perde é o consumidor.
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