Falando sobre a desistência de levar às escolas o "Escola sem Homofobia", o ministro Gilberto Carvalho afirmou categoricamente que, por compromisso pessoal de Dilma, daqui para a frente "todo material sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade".
A ideia parece boa.
Pensando bem, quem sabe o mero fato de se governar sobre "costumes" devesse ser posto em discussão com a sociedade? Creio que um grupo muito grande de brasileiros tem reservas a esse respeito. Na verdade, talvez a possibilidade de gastar dinheiro público com projetos que não passaram por essa consulta devesse ser posta em questão, não apenas quando o assunto é costumes, já que tanta gente parece ignorar as decisões no Código Florestal, por exemplo, ou simplesmente ser contra o que foi aceito. Algumas pessoas são a favor, é verdade, mas houve algum debate? Talvez devesse haver, já que é o destino de todos, de forma bastante drástica e irreversível que está em jogo.
Pensando bem, será que a população não deveria ser consultada sobre assuntos a respeito de que se manifesta publicamente tanta resistência, como a construção da Usina de Belo Monte (ela em si ou a forma como está sendo feita)? Ou pelo menos sobre a escolha das pessoas que decidem os pormenores a seu respeito? Não são apenas políticos eleitos que são importantes para isso. Muitas das decisões que mais nos afetam, na verdade, são responsabilidades de detentores de cargos por nomeação. Talvez a existência desses cargos devesse depender de "consultas mais amplas à sociedade".
Pensando bem, os políticos eleitos manterem esse sistema que nada tem a ver com a opinião popular talvez devesse provocar certas reservas também ao nosso "sistema representativo". Parece que o governo não dirige o país a contento, conforme "consultas mais amplas à sociedade".
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