Eu estou cansado do assunto, mas preciso contar o que ouvi hoje. Como bem se sabe, muitas pessoas a favor da "diferença" são autoritárias nessa defesa, especialmente quando o assunto é liberdade sexual. Ou seja, para elas, quem não aceita que outras pessoas transem com quem quiserem deveria ser encarcerado ou algo do tipo.
Pois bem, uma conversinha do tipo surgiu na minha volta hoje, mas que passou do extremo clássico - sobre o Bolsonaro, para variar. O extremo clássico acontece quando as pessoas usam táticas de Bolsonaros para lidar com Bolsonaros. Ou seja, querem lhes dar umas porradas para "dar uma lição". A pessoa que vi passar desse extremo propôs uma tática que me parecia silenciada há muito tempo: queria não apenas que Bolsonaro recebesse uma lição na porrada, mas que isso fosse feito por um grupo de pessoas e que (foi implicado) ele fosse estuprado.
Respiremos um pouco dessa opinião com os seguintes comentários (minha conclusão retomará o todo): diferente das pessoas que vi defenderem algum direito dele até hoje, eu não concordo com absolutamente nenhuma opinião (que eu conheça) de Bolsonaro. Considero, no entanto, tão angustiante que basicamente ninguém tenha tentado aproveitar as bobagens que ele diz para educar as pessoas que ignoram tanto quanto ele a respeito de tantos assuntos importantes que ele trouxe à baila. Em vez, corais de "prende ele", "bate nele"...
Acontece que os preconceitos de Bolsonaro não são raros na população (ainda que também não represente dos maiores grupos, acho). Mesmo assim, essas opiniões são do tipo que nunca têm muita visibilidade exatamente por causa do politicamente correto e, em certa relação, por essa reação autoritária das "pessoas de bem" a qualquer um que as ensaiasse em rede nacional. Pois surgiu um idiota a gritá-las para o Brasil inteiro. A oportunidade, para quem quisesse fazer do limão uma limonada, foi obviamente desperdiçada. Porque educar não importa, o que vale é prender, proibir ou mandar (com decretos inférteis de boa consciência, como o oco "não darás palmada").
Quanto às pessoas que pensam parecido com Bolsonaro, mas que usam motivos racionais para embasar suas resistências, por exemplo, ao "Escola sem Homofobia", também se recebeu de Bolsonaro uma boa oportunidade para se opor bons argumentos aos dos "conservadores". Outra oportunidade perdida.
Não se perde, nunca, no entanto, a oportunidade de se expressar extremo ódio e autoritarismo contra o odioso autoritário. É um bom índice de a quantas anda a nossa Educação: ninguém entendeu até hoje, com toda a campanha dos politicamente corretos nos últimos longos anos, que o preconceito ou o ódio seriam coisas ruins. Ainda se acha que o alvo é tudo, que odiar o "errado" é o mesmo que ser pacífico, que ter preconceito com preconceitusos é não ter preconceitos.
3 comentários:
Estupra, mas não mata, né?
(Não resisti... rs)
Li uma matéria sobre o "corrective rape". No caso do termo, para curar homossexualismo.
A Africa do sul ta com um serio problema disso.
Achei um link na correria sobre uma outra materia mas ainda nao pude ler.
http://ipsnews.net/africa/nota.asp?idnews=48279
YIKES!
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