O MST deve ser o grupo mais controverso de toda a nossa história. Mesmo assim, na briga extrema de opiniões que ele provoca, ainda me parece que o melhor é o pessoal tentar ser minimamente sensato. Forçando a insensatez pela vertente anti-MST, o Percival Puggina escreveu uns eufemismos (umas tentativas de) muito tristes, que ficaram ridiculamente engraçados por estarem um abaixo do outro no jornal, devido à diagramação do texto.
Primeiro, falando da morte do Elton Brum, diz que "um sem-terra acabou ferido mortalmente". O "acabou" desresponsabiliza, o "ferido" tenta freiar a vinda inevitável do "mortalmente". É, não deu, o cara morreu, ferimentos de espingarda no tronco são assim mesmo, Perci...
Logo abaixo está a bela frase "Tudo indica que a arma do crime estava em mãos de um policial militar". Põe tudo nisso, né? Os sem-terras, os policiais, os cavalos, a grama, até a Yeda deve ter certeza disso. Às vezes seguir à risca a etiqueta legalista de falar em hipóteses e eufemismos antes do julgamento é só pagar mico.
O texto todo é bem idiota, na verdade. É engraçado quando alguém não consegue argumentar nem contra o MST, que dá de bandeja tantos argumentos bons para qualquer um que esteja afim de xingá-lo. Enfim, péssima retórica não escolhe partido.
2 comentários:
fazer o quê? o jornal não é direcionado principalmente para pessoas sensatas.
É, eu sei, mas eu inventei de ter um blog pra comentar essas coisas, né? Bobagem minha...
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