(Post de quarta-feira, impedido por burrice e incompetência alheia, chega esquartejado na internet)
Três formas de se referir a um fenômeno.
Primeira: Todo problema sério é um problema estrutural - sim, quero dizer necessariamente cada uma dessas palavras; essa frase não tem paráfrase possível. Imagine-se que é um verso de um poema. Estou realmente falando que, se teu problema não é estrutural, alegra-te, não é grave.
Segunda: Amadoramente as pessoas pensam em anular a linguagem simplesmente pelo silêncio. Não falar não diria nada. Mas, logo, na ânsia de fazer sentido em tudo, logo imaginam um contexto de conversa e pensam em todas as formas por que "dizemos coisas" com olhares, corpo, ou com a mera manutenção de um silêncio apático. Para não significar, então, só não havendo contexto, ou seja, a ausência completa (sim, duas pessoas distantes no universo que se comunicam pela internet, se não usarem a Oi, já estão criando contextos). No entanto, escapar plenamente do código, da linguagem supostamente compartilhada, sem nem mesmo parecer que se está falando outra coisa (porque não se cai numa língua diferente), produz uma suspensão de sentido sui generis. Daí, proponho o "pés pelas mãos" como o 0 Kelvin da linguagem. Ou, como Chandler tão lúcida e didaticamente disse:
Terceira: "I believe my exact words were fla-faa-anen."
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