Mal se pronunciou pela primeira vez como ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann imediatamente firmou que respeita muito os ministros da oposição.
Nada mais perfeito, este tique irresistível dos políticos de sempre afirmar para a imprensa, não importa o que aconteça, que respeitam muito seus "adversários". Na Câmara ou onde for, podem se xingar de qualquer coisa, mas quando mais do que 10 pessoas devem estar assistindo, surge, como um cacoete, o respeito a todos.
Nenhuma classe é mais perfeitamente corporativista, não? Aquela situação em que o Lula falou que Sarney não podia ser tratado como cidadão comum foi, é claro, um comentário da imprensa a respeito dessa questão, mas um comentário mais que leve. Muito pior que aquela crise, são essas pequenas e cotidianas demonstrações de corporativismo, de uma seletividade e de um cuidado para tratar com políticos que não têm com absolutamente nenhum cidadão. Políticos tratam crianças beijadas em campanha pior do que tratam colegas que professam credos políticos absolutamente opostos aos seus.
É claro que tudo faz sentido. Muito mais importante que o voto popular é o silêncio do colega, na hora da crise.
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