quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pelo amor de Deus

O pior de ouvir um político justificar suas ações com base em Deus é que se ele se justificasse baseado em justiça, moral, ética, dever, coerência... ninguém acreditaria. A (enorme) maioria da população suporia simplesmente que era balela e que na verdade ele estava apenas fazendo onda para ganhar votos, além de ter tido algum lucro, financeiro ou político, em sua decisão. Mas, quando o político fala que fez algo por Deus, um monte de gente acredita! Quem o critica pode facilmente ser jogado num saco que engloba críticos de Deus, da religião na política ou do partido específico do fulano. Além de se supor, nesse acúmulo bizarro de críticos variados num só grupo, que seja impossível acreditar-se em Deus sem se acreditar em políticos, tal movimento retórico busca alavancar moralmente o tal político ainda mais.

Ironicamente, parece que quase todos os brasileiros acreditam que coisas estranhas como justiça, moral, ética ou senso de dever deveriam nortear nossa política. Pouquíssimos brasileiros parecem crer que Deus deveria fazer o mesmo. Pior ainda, um Deus que mais se preocupa com homossexualismo do que com todos os valores acima, feliz em virar a cara para corrupção, estelionato e miséria a fim de dar o que é de César a César, Marco Antônio, Cleópatra, Otávio, João, Maria... desde que esses nomes, é lógico, refiram-se a parentes, por sangue ou casamento.

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