Obama já se aproxima do fim de seu mandato e nem parece. Por um lado, nos acostumamos com longos governos, como FHC, Lula e Bush (Chávez, Ahmadinejad...). Por outro, considerando aí só os EUA, a presidência do Bush foi tão cheia de algazarra e gritaria, tão lotada pela guerra e por fortíssimas campanhas dele contra o "Eixo do Mal" e de quase todo mundo contra ele (incluindo outras gargantas ressonantes, como a de Michael Moore), que o governo negociado e discutido de Obama passou discretamente quase, relativamente no tom em que ele fala publicamente.
Nesse sentido, Obama estar perto do (talvez primeiro) fim e parecer ter sido eleito ontem já indica uma evolução em comparação ao Bush. Nada daquelas medidas e declarações tão terríveis quanto aterrorizantes de seu predecessor. Por outro, indica também que, talvez, realmente os EUA estejam perdendo o poder no mundo. A maioria das atrocidades e das besteiras internacionais que ouvimos recentemente se distribuem bem entre governos do Oriente Médio e do norte da África, Coreias, Alemanha, China, França, Venezuela... Isso talvez acontecesse antes, mas não tinha o mesmo poder de tomar a mídia, ao menos não sem comentários paralelos como "e os EUA pioraram a situação assim". Ao mesmo tempo, durante o governo do Obama, ainda que uma bobagem fosse norte-americana, ela podia estar em completo desalinho com o presidente, o que indica que também forças internas contrárias ao seu líder podem ganhar os holofotes com burrices próprias. Os EUA não aparecem mais como um monolito de arrogância desmedida.
O que nos leva à feliz equação: a perda do poder americano representa a possibilidade de outras culturas e países fazerem merda numa escala global.
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