Para completar, passei por uma bandeira gigantesca em seguida. Para completar, no caso, uma experiência que excitou da forma mais tocante meu instinto de nacionalidade.
Passava eu na frente do Mercado Público, quando notei um grupo de crianças nativo-brasileiras cantando o que só poderia ser uma obra musical autóctone. Não reagi particularmente a essa mendicância mais aceita por seus traços de nacionalismo até notar que o menino com o violão não estava fazendo nota alguma. Um braço batia despreocupa e cadencialmente em todas as cordas enquanto o outro descansava do lado do corpo. O nativo-brasileiro em questão olhava para todos os lados, um pouco para cada lado, no caso, sem prestar atenção nem nos irmãos, nem nos passantes, nem nos pássaros, nem nas árvores. Atitude, é claro, de quem com certeza passeia mentalmente por esta terra que já foi sua e ignora por momentos as devastações do homem branco que se expõem a seus olhos com a crueldade de que apenas centros de capitais são capazes. Seu tupi-guarani também me soava um tanto espanholado, mas atribuí o fato, é evidente, ao destreino e à deseducação de meu próprio ouvido.
Essas observações vieram à mente com grande velocidade, pois em seguida fui tomado de surpresa quando o talento monomanual do garoto displiscente e da ladainha de suas irmãs (o canto) foi cumprimentado pela gorjeta de um passante. O ato foi de tamanho ufanismo que, através da umidade de uma lágrima que vinha aos meus olhos, notei que o Sol brilhou na pátria nesse instante.
Um comentário:
Amei! Essa foi a melhor descrição ufânica (para não dizer sarcástica) desta cena cotidiana tão comum no centro deste porto nem sempre alegre ;)
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