Se houvesse algum interesse em honestidade intelectual, nossa cena política só precisava de um dicionário, ou mesmo de um glossário.
O problema de se dizer que houve golpe ou não é, claro, só um problema de partido aqui. A ex-esquerda chama de falta e a neo-oposição-conservadora diz que o lance é válido. Agora, na tentativa de soar verdadeiro, correto, do lado da razão, da ciência ou da jurisprudência de fundo de quintal, as pessoas simplesmente demonstram que ninguém quis se informar muito sobre as palavras "golpe", "impeachment" ou mesmo sobre a qualidade de argumentos de qualquer dos lados no próprio Paraguai, para então se pensar se é possível aceitar esses argumentos sem se chamar o governo do Paraguai, agora e antes, de antidemocrático.
Seria o caso, enfim, de se alinhar conceitos antes de hastear bandeiras. Sei que o caso é velho e não estou dizendo nada demais aqui, mas fazia tempo que eu não postava, e não parece que ninguém tenha parado para simplesmente apontar o pequeno mas fundamental detalhe de que defensores e acusadores do Paraguai não estão nem tentando falar a mesma língua, mas juram isenção e honestidade... acima do outro lado.
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