Uma lei específica para a violência contra professores (por alunos, pais, terceiros... ou seja, todo o mundo) está sendo julgada e calibrada. Trata-se de uma daquelas tentativas de governo de ser ultra-didático, sua forma de responder ao fato de que a proibição por lei da violência contra qualquer tipo de pessoa aparentemente é muito genérica, não cai a ficha nos criminosos.
Bom, o caso é que já estão a cunhando de Lei Carlos Mota, porque este foi morto combatendo o tráfico em sua escola. Nesse caso, eu entendo uma homenagem ao morto. Mais ainda, na verdade, no caso da Lei Maria da Penha, em que a mulher lutou por uma causa e seguiu viva para contar a história. Não entendo quando a "homenagem" é feita a vítimas no sentido estrito, ou seja, pessoas que morreram em momento de passividade ou tranquilidade, menos ainda quando é culpa do Estado.
Os mortos por aquele doido no Rio de Janeiro, o "caso de bullying", já viraram nomes de diferentes escolas infantis ou creches. Em que isso ajuda os pais que perderam seus filhos para uma loucura, um acidente estranho e idiota? Dá algum sentido para mortes sem sentido ter o nome da criança estampada, ironicamente, numa instituição de ensino?
Em Porto Alegre ocorreu uma homenagem, a meu ver, pior ainda: há uma parada de ônibus com o nome do aluno eletrocutado por uma carga que estava sendo liberada no metal da estrutura. A Prefeitura havia sido avisada, de modo que a morte se deu por absurdo descaso. Resposta da prefeitura? Colocar o nome do garoto na parada! Para todos que passarem ali lembrarem sempre como têm sorte de não estarem mortos por irresponsabilidade pública? A única compensação talvez seja que os políticos responsáveis terão seus nomes "eternizados" em ruas, quando morrerem, como é destino de todas figuras públicas numa república. Assim, pelo menos, graças a tal homenagem, até os anônimos pisarão em seus nomes.
2 comentários:
é, amigo, faça algo útil, como educar teus alunos e veja se por algum acaso tu vai ter algum dia na vida teu nome em algum lugar... talvez, possa ser convidado pra formatura, então, no máximo, um nome impresso no convite...
fazia tempo que não lia teu blog!
Duvido que ensinar adolescentes a escrever como adultos seja a forma para gravar meu nome na História... rs
Valeu pela visita!
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