segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Beleza interior no dos outros

Fui num casamento em que experimentei algo quase único: a noiva parecia com ela própria. Apesar de superarrumada e maqueada, ela estava reconhecível para qualquer pessoa que já a tivesse visto pelo menos uma vez na vida. Acho extremamente irônico que mulheres confundam, no caso de formaturas e casamentos, maquiar-se com disfarçar-se. Não é, no fundo, um auto-insulto tentar se embelezar e acabar parecendo outra pessoa? 

A noiva foi um alívio agradável, mas outras convidadas, pelo menos as que eu conhecia, compensaram: não reconheci nenhuma de vista, e dependi sempre de referências ou de traços de personalidade se manifestando para identificar cada uma. Todas as propagandas de Dove e todo o discurso anti-homens que busca valorizar cada mulher como ela é e culpar a macharada pela "ditadura estética" ainda nem arranhou a competição feminina que escala a importância da maquiagem na vida e do photoshop nas revistas para convencer todo o mundo que qualquer mulher admiravelmente bonita o é porque não é de verdade. Quando é para se emperequetar, tão poucas suportam o próprio rosto...

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