Não conheço ninguém que more no Rio, mas as manchetes das principais revistas e jornais são um indício estranho do medo envolvido nessa situação toda. Não o medo de que o ataque pegue novos inocentes, mas o medo de que o enorme retrocesso do poder geográfico dos traficantes seja apenas um vislumbre passageiro de uma situação que poderia ser melhor. Manchetes como a da Isto É, "O Rio é maior que o crime" (mas não só ela), soam mais como tentativas de autoconvencimento do que puras palavras de ordem ou, digamos, constatações de fatos comprovados. Não parecem apenas um jogo com as esperanças do leitor, mas uma aposta temerosa dos próprios jornalistas (ou de seus contratantes). Como uma criança no escuro tentando se convencer de que não tem nada mesmo debaixo da cama. E se tiver?
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