Cinquenta e três (seria o número exato, conforme uma notícia que vou malhar agora) sem-tetos invadiram a prefeitura velha ontem. Sua reclamação era boa, pelo pouco que a notícia informa: foram desalojados quando o PCC invadiu o prédio deles, em 2006. Vivem indefinida e provisoriamente em área da Fundação de Assistência Social e Cidadania, mas (além de isso obviamente não ser uma solução adequada) temem ser desalojados.
Não sei o porquê do temor de desalojamento especificamente agora, nem sei se é um sentimento específico do presente. Não sei por que nem como o PCC os desalojou, ou o que foi feito do prédio. O PCC continua lá, por acaso? É uma área que facilmente seria retomada pelos mesmos? Por quê? Por que acharam necessária uma invasão da prefeitura (apesar de que, para essa pergunta, eu imagino a resposta) e do que depende a solução do problema?
Mesmo sem responder nenhuma dessas perguntas, considerou-se nitidamente que a matéria deixava a desejar, de modo que uma boa parte do texto foi dedicada a uma sequência de vazios, tanto originais do jornalista quanto simples reproduções de afirmações políticas. Vejam que exercício de encher a folha com o nada:
"REIVINDAÇÕES SÃO JUSTAS, DIZ BUSATTO
"O secretário municipal de Coordenação Política e Governança Local [eternamente uma das funções que considero de nome mais engraçado], César Busatto, recebeu os líderes do movimento logo após a invasão e afirmou que as reivindicações são justas. 'As pessoas têm direitos e necessidades, e o governo tem que fazer o máximo para resolver essas situações', enfatizou.
"Busatto argumentou que cabe ao Executivo encontrar soluções para equacionar o déficit habitacional, dentro do que é possível ser feito. 'Não podemos prometer o que não podemos cumprir', frisou."
Uau!
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