Acho engraçada essa expressão já em sua aplicação médica, pois ela finge implicar uma escolha do paciente, mas em geral significa apenas que o médico não apresentou alternativas ou representou o tratamento escolhido como a melhor opção, destruindo a imagem dos outros tratamentos possíveis. Ou seja, o paciente segue passivo, sofre aquilo que sofreria. Ele sabe mais ou menos o que está acontecendo, mas não tem propriamente liberdade (enfim, eu sou alguém que considera que, quando alguém me diz "me obedece ou te mando pro inferno", não estou experimentando verdadeiro livre-arbítrio).
Mas o consentimento informado tem outra aplicação (menos como termo técnico, mas por empréstimo) muito interessante. Digamos que alguém tenha autoridade, mas não decida que caminho tomar na hora do aperto. Bem, uma opção é quem está diretamente abaixo tomar a medida independente da indecisão de quem está no comando. Pessoas em postos de autoridade, no entanto, são obviamente sensíveis a esse tipo de tática, mesmo que estejam perdidos a respeito do que fazer. Por isso, acho melhor contar que medidas estou tomando, mas contar o que vou fazer, ou seja, apresentar uma oportunidade ao chefe para que consinta informadamente: não é que se vá dar opção ao superior hirárquico, mas que se lhe apresente a oportunidade de um enganoso livre-arbítrio.
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