Aprovada na quarta-feira, no Senado, uma nova lei prevê que 50% das vagas de todas as universidades públicas serão dedicadas a "cotas sociais" (quem estudou todo o Ensino Médio em colégio público). Estas, por sua vez, devem ser preenchidas por negros, pardos(?!) e indígenas, no mínimo, conforme a proporção dessas populações em cada estado. Há ainda uma divisão dessas vagas segundo a renda da família (calculada e verificada por sabe-se lá quem).
Dizem que a cereja desse bolinho - eles nem fariam vestibular ou Enem, sendo selecionados conforme a média de suas notas no Ensino Médio, ou seja, conforme a hipocrisia do governo de cada estado ou município - deve ser o único ponto cortado, para que a lei passe "mais facilmente" no fim do trâmite.
Ao mesmo tempo, o governo caga para a greve das federais e não enfrenta (nenhum governo o faz) o problema da educação de base de verdade (tomando apenas medidas mais ou menos efetivas, ou seja, no fim das contas, ineficazes).
Pois bem, isso é pra "qualquer um" de escola pública. Mas o que o governo planeja para quem se esforça pra valer? Pra quem consegue ler muito, estudar, se sacrificar até? Seu plano para esses estudantes parece ser também resolvido com cotas: ele paga para que cursem as faculdades particulares. Tanto estes quanto os alunos de escolas particulares (especialmente os mais estudiosos, é verdade) têm cada vez mais incentivo para ir para fora, procurar bolsas nos EUA ou na Europa, enfim, deixar o Brasil e ir aprender com os best of the best.
O que me lembra: população pobre ou menos estudiosa presa num Brasil analfabeto funcional e alunos dedicados ou com mais dinheiro estudando fora não é um quadro histórico no país? Dilma não é o fim de um processo para deixar o Brasil com cara nova, mas do jeitinho que sempre foi?
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