"Tu é playboy, tu mora em apartamento! Eu não, eu moro na rua, meu!"
Frase q acabo ouvir da rua, dita pra um passante. Que conceito revolucionário de playboy, hein?! Quem não mora na rua é imediatamente playboy agora?
Falando sobre tudo de linguagem que chamar a minha atenção: placas, conversas, citações... Deem uma chance lendo aí embaixo e vão sacar o foco.
domingo, 23 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Propaganda eleitoral em Porto Alegre
As alturas dos candidatos indicam aproximadamente as intenções de voto para cada um, mas acho que Villaverde tá se espichando um pouco... |
Fortunati não podia fazer diferente (será que não podia mesmo?), mas foi uma péssima escolha um slogan de "melhorou, vai melhorar"... Porto Alegre melhorou desde que ele virou prefeito? Não consigo pensar em nada que esteja melhor de 2010 pra cá. Ou talvez ele queira dizer que as coisas melhoraram desde que Fogaça, de quem era vice, ocupou a prefeitura? Bom, nesse caso, sua proposta é seguirmos mais 4 anos com as reticências do governo Fogaça? Baita candidatura essa...
Mesmo assim, desde que Fortunati virou vice, Porto Alegre não melhorou! Seria fácil argumentar que piorou, mas, mais do que isso, o grande problema me parece ser que uma coisa ou outra estar melhor (como um eleitor de Fortunati poderia querer argumentar) bate em teclas absurdamente pontuais. É esse o problema que só se agrava em Porto Alegre. O pessoal tem tratado o governo como um lugar pra fazer arremates, apagar incêndios e cumprir horário! Qualquer governante que preste só presta porque tem um projeto sistêmico, ou (o que acho um pouco pior, mas vá lá) uma bandeira um pouco mais restrita, mas fortíssima. Então, não é o caso se um viaduto não está mais desabando ou se começaram finalmente a planejar uma obra que foi proposta há 8 anos. Nem é o caso de se dizer que os alagamentos desses últimos dias indicariam uma terrível administração. O caso é PORTO ALEGRE (batendo no peito e tendo em imagem a cidade toda) mudou, ou não mudou? Não mudou. No pouco que mudou, o saldo é negativo. So sorry.
Manuela, conceito "comunista de shopping" |
Pior ainda, muito senso comum político parece nascer de gente da nossa faixa etária, ou seja, de toda a galera que cursou faculdade na entrada do século XXI, como ela. Manuela tinha uma vida política bem típica na faculdade, mas nunca cuidou da imagem pessoal. Fofocas mil a seu respeito são corroboradas por exércitos de homens e mulheres entre os 27 e 30 e poucos anos. De alguma forma, me parece que suas indiscrições (associadas à atividade política, aliás), assim como as de seu atual "companheiro", têm pesado em sua rejeição de voto. Não sei como outros grupos a enxergam, no entanto.
E temos o Villaverde! Pobre coitado, é um nerd posto no ataque, na Educação Física. Sua forma contida, seu sorriso de quem não deveria estar ali, sua consciência de ser completo desconhecido de quem lhe descobre candidato a prefeito, seu jeito inclinado para a frente de andar fingindo ser decidido, sua campanha flutuando ao sabor do vento, sua forma de se encolher ainda mais perto do Lula, que mesmo contido aparenta o gigantismo de um Don Corleone pajeando o netinho indefeso... Pobre Villa! Vem, vem cavar segundo turno e apoiar a Manuela, teu destino...
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domingo, 16 de setembro de 2012
Valorizando o mínimo
Tenho pensado em alguns paralelos sobre incompetência. Há um tempo criei um objetivo para algumas séries, mas ele sempre ressurge motivado por algumas turmas específicas. Ele poderia ser resumido como "Fez!" Ou seja, o fato de o aluno ter feito ou não o trabalho é avaliado como parte dos objetivos do trimestre. Isso não quer dizer que turmas inteiras não façam os trabalhos nunca, nem que uma série inteira seja assim - como disse, é sempre uma turma que motiva tal objetivo a ressurgir.
O que acontece é que certas turmas tendem a se formar reunindo grande parte dos alunos que têm as maiores dificuldades (sociais, psicológicas, biológicas e o que mais conseguirem listar). Eles não chegam em tais turmas sem antes perderem todo e qualquer interesse em escola, educação, respeito e coisas tais, é claro. Seu nível acadêmico, digamos, deixaria a desejar aos mais pessimistas. Assim, na busca de uma forma de separar certos sucessos de muitos abandonos, bem como de valorizar as tentativas, mesmo que sem sucesso inicial, vou lá eu dar uma nota por ter feito ou não (às vezes por ter feito inteiro ou não).
Não vamos nos enganar que um aluno desses abandonaria a importância da nota mesmo trabalhando um ano com um professor super-hiper-ultra progressista. Portanto isso é, sim, uma forma de pelo menos colocar um A no boletim de um aluno que teve todas as dificuldades, mas tentou pra valer, o que pelo menos indica para o sujeito que algum reconhecimento burocrático ele está tendo e que, caso continue, poderá ter outros.
Pois bem, acontece que minha avaliação de serviços, sejam públicos ou privados, também andam por aí. Se uma empresa só FEZ o que eu paguei para ela fazer, já tem A+ comigo. Mando parabéns na avaliação e recado comemorativo para os pais de quem presida a empresa, se possível.
Há algum tempo, na verdade, eu não ia tão longe. Se uma empresa quase fizesse o que eu pedi, tentava me dar por satisfeito. Mas, até conheci umas pessoas competentes recentemente, que cumpriram o contrato ou o combinado, pelo preço acertado, e fiquei maravilhado com tanta eficiência. Houve até duas exceções, em que o trabalho superou minhas expectativas! Mas algumas incompetências alheias me reafirmaram como aqueles casos eram exceções.
Algumas pessoas podem pensar que há um paralelo simples entre alunos que, na melhor das hipóteses, só fazem seus trabalhos e empresas que, na melhor das hipóteses, só fazem o mínimo do que lhes é pedido. Não sei, acho muito simplório. Quer dizer, nem sei há quanto tempo professores podem ter feito isso que ando fazendo agora (sei que muitos contemporâneos meus têm mecanismos parecidos).
De qualquer forma, aí seria preciso considerar que tem aumentado a massa de alunos que não apenas quer nota por ter feito o trabalho, mesmo que mal, mas sim que exige nota máxima só por tentar fazer (e esses não são ex-alunos meus - ou seja, isso não é resultado do sistema de tentar valorizar quem cumpre o combinado, afinal, num sistema como o meu, a nota pela matéria avaliada no trabalho continua bem clara e honesta, logo ao lado no boletim). Ou seja, por esse paralelo, teríamos mais e mais trabalhadores que iam querer ser pagos na íntegra por tentar instalar a eletricidade da nossa casa, por tentar fornecer um sinal de celular, por tentar aplicar as regras de trânsito, por tentar julgar imparcialmente, por tentar fornecer uma comida saudável? Bom, nós já estamos lá, não?
domingo, 2 de setembro de 2012
É tudo mentira
Até por dificuldade para ser constante e plenamente cético, a gente tende a selecionar "verdades" políticas. Ou melhor, a gente pega o que ouve e encontra brechas para aceitar certas verdades, ou meias-verdades. A propaganda sobre o programa de governo tal (pensamos) pode ser mentira, mas parte daquilo foi feito; ou foi feito mesmo, só não por aquele partido; ou ainda aquilo é mesmo como estão dizendo, mas só surgiu por iniciativa da população ou de uma ONG, não de um partido.
Pois bem, resolvi fazer um serviço público e avisar ou reforçar para quem venha a ler este post: no caso da Educação, NADA do que é dito é verdadeiro. Não, candidato X não fez! Não, não foi aquele partido! Não, não estão lutando pelo que dizem! Não, não valorizam! Não, os alunos não recebem! Não, a situação não melhorou! Não, o caminho dos alunos não foi asfaltado! Não, a escola não foi construída! Não, a universidade não está funcionando! Não, o país não atingiu tal resultado positivo! Não, não e não.
Agora, se o eleitor quer fazer relativismos, descansar do ceticismo ou encontrar pequenas verdades no que um político está dizendo, que não o faça na Educação. Aí, a propaganda política, qualquer propaganda política, está mentindo,
sim. Completamente. Profundamente. Descaradamente. É 100% mentira.
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